terça-feira, 31 de agosto de 2010

Festivais de Musica de Verão



Os festivais de música de verão são um fenómeno nas sociedades contemporâneas, há quem lhe chame a herança do hoodstock, ou ainda um presente de sucesso com um futuro risonho. Eu chamar-lhe-ia o presente envenenado. Em que os grandes senhores do mundo se apoderaram da fraqueza humana para lhes extorquirem os últimos cêntimos do mês e lhes darem a felicidade do momento, em pequenas doses de prazer, da qual necessitam para viver, esquecendo-se assim dos problemas.


É o comércio e o lucro de uns e a alienação, a loucura e o esquecimento de outros. Há quem refira que ali adquire pequenos momentos de prazer para se esquecer dos problemas que cada um enfrenta no seu quotidiano. Por momentos, nasce ali em torno da música, um espaço comum, de partilha, um sentimento de comunidade, de prazer e bem-estar, onde o divertimento pelos sons vibrantes da música dá lugar à solidariedade e à socialização entre todos os que ali permanecem. Se assim o é porque que este sentimento vivido pelas pessoas durante os festivais de verão não permanece no espírito das pessoas durante o resto do ano e não se enraíza na sociedade civil.


No resto do ano quando caminhamos pelas nossas estradas, buzinamos quando achamos que o outro esta a ultrapassar dos limites, ou desatamos aos gritos e aos insultos na fila do supermercado quando nos passam a frente sem pedir licença ou entramos em conflito no local de trabalho quando nos contrariam. e assim durante o resto do ano cinzento esquecemo-nos da alegria e do espírito de solidariedade que vivemos durante os 15 dias divertidíssimos que passamos durante os festivais de verão.


Muitos esquecem-se de referir que é durante estes festivais de musica de verão que os jovens começam a consumir drogas, e álcool, a maioria das vezes entre amigos por brincadeira, e referem uns para os outros “Epá experimenta, não sejas betinho, é baril, sentes-te logo mais solto, mais leve e os problemas desaparecem, descontrai, bebe um copo e fuma ai um charro” e muitas vezes experimentam uma e outra vez porque aquilo lhes alivia de certa forma o seu sofrimento e os descontrai. Mas esquecem-se que esses momentos de descontracção causados pela droga e pelo álcool não duram para sempre e logo tem necessidade de repetir e consumir mais uma e outra vez e sem darem por ela estão agarrados .

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