sábado, 24 de novembro de 2012

Aprende a escutar o Silêncio,
com atenção
escutando o que diz o teu coração...
Escuta o que não é dito por palavras,
O que sentes dentro de Ti
Só o teu coração te pode dizer
o que fazer...
Porque que achas que ele age assim,
Se calhar está a precisar de atenção,
de carinho, de afecto, de amor...
Dirige-lhe palavras de conforto
talvez necessite mais de receber o teu amor,
do que dar,
não esperes mais do outro do que aquilo que ele te pode dar por agora...
vai lhe dando agora o que ele necessita,
atenção, carinho, amor,
outro dia, quando ele já tiver o suficiente
dar-te-á a ti...
E assim,
vais o ensinando a amar...


                                                Resposta a uma jovem, numa consulta...

                                                                          Um bem hajam


PAIS E FILHOS: GERIR O TEMPO E OS AFECTOS
Tornou-se quase “lugar comum” afirmarmos que é essencial uma articulação entre a escola, a família e a comunidade de modo a minimizar ou erradicar o insucesso escolar e estimular o gosto pelo saber. Mas ainda assim continua a ser imperioso percebermos que é inevitável e urgente a participação de todos na educação, uma vez que a participação dos pais na escola e no processo educativo faz parte de um processo dinâmico e evolutivo, começa na família, passa pela comunidade e desenvolve-se e interioriza-se na escola.
Os pais devem estar sensibilizados para vir à escola, falar com os professores, conhecer o projeto educativo que está aqui a ser desenvolvido, para desse modo saber da necessidade de nele participar, ainda que dentro da disponibilidade de cada um para se dedicar e se integrar nalgumas actividades. Simultaneamente considera-se fundamental o acompanhamento dos seus filhos nos trabalhos de casa, nomeadamente ensinando-lhes a gerirem o seu tempo.
Por muitas lacunas (falta de tempo, ou até alguma falta de conhecimentos académicos) que os pais tenham para ajudar os filhos a estudar, conseguem sempre organizar no seu quotidiano, o momento para ir às compras, a hora de se preparar o jantar, a ocasião de ir à missa ao domingo, a oportunidade para os passeios em família, aliás, também o tempo para contar histórias ao deitar. Assim, não só podem ajudar os filhos a gerirem melhor o seu próprio tempo, como também a dispor dele para os trabalhos da escola em casa, ou mesmo a dedicar aquele momento ao estudo, criando-se desta forma alguns hábitos de trabalho nas nossas crianças e jovens. Por isso, é bom que os pais conheçam o horário escolar dos filhos, a que horas entram, que disciplinas têm, a que horas saem. Nesse mesmo horário, que pode estar fixo na porta do frigorífico, por exemplo, deve constar um espaço para os estudos e trabalhos de casa. Assim, ele sabe que aquele período de tempo é para trabalhar por forma a melhorar e adquirir mais conhecimentos, mais saberes.
Feitos os trabalhos, já pode ir brincar, estar com os amigos, jogar etc. Desta forma está a ensinar-lhe a gerir o tempo, mostrando-lhe que há um tempo, para estudar, para brincar, para conviver…
Para além deste espaço de tempo, também é muito importante criar um outro espaço para ouvir, falar, passear, fazer atividades com o seu filho. É também importante fazer-se pelo menos uma refeição em família, esquecer por momentos a televisão e arranjar-se tempo para conversar sobre o dia que passou e o próximo, planeando-se atividades para os fins-de-semana com a família. O ler ou contar histórias ao deitar das crianças desenvolve nas crianças uma linguagem particular, a linguagem do afeto. É a partir das cantigas de embalar à noite que a criança vai desenvolvendo o gosto pela leitura e as ferramentas iniciais da sua formação pessoal. E, mais tarde, será um adulto saudável, com o gosto por adquirir conhecimentos que o enriqueçam, pois é nas narrativas ouvidas que a criança vai desenvolvendo o seu mundo onírico, imaginativo, criativo.
As histórias não só nos ensinam como também nos convidam a olhar para dentro de nós próprios. Há técnicos que defendem a ideia de que as crianças que ouvem histórias na infância se tornam adultos mais seguros e profissionais bem-sucedidos. O gosto pela leitura começa bem antes do processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. O início deste caminho e a sedução para o mundo das letras e dos números, dá-se ainda no berço, através das histórias e cantigas de embalar e, claro, de todo o ambiente de afeto que se propicia nesses instantes. Existem os contos tradicionais e educacionais que são transmitidos oralmente de geração em geração, e que muito benéficos podem ser ouvidos pelas crianças.
A criança, o jovem, está em crescimento e é normal que tenha dúvidas que queira relatar acontecimentos que viu ou participou, assim, questioná-lo sobre isto ou aquilo, mostrar as dificuldades que tem, dizer brincadeiras e jogos que fez, falar dos amigos e colegas com quem anda, das zangas e alegrias que partilham irá favorecer a hábitos de partilha, de comunicação entre gerações, e aí nascerá o afecto e a confiança, alcançando uma vida serena e estável.

terça-feira, 27 de março de 2012

Uma sociedade que se esquece dos mais velhos...




Ser idoso numa sociedade em que cada vez mais se esquece dos mais velhos, deixados esquecidos a um canto, institucionalizados em lares, ou nas suas casas entregues à solidão dos seus dias. Muitos desses lares não passam de depósitos de velhos sem o mínimo de humanidade, onde as pessoas ficam entregadas à sua sorte, dormitando no sofá do esquecimento. Paúl, (1997) refere que muitas vezes os idosos residentes em lares tendem a sentir-se sós e insatisfeitos, afastados das suas redes sociais num dia-a-dia monótono, ainda que vivam menos agitados. Por outro lado, os Idosos que residem na comunidade vivem mais satisfeitos, se bem que possam sentir um reduzido bem-estar, o que fica a dever-se a um profundo sentimento de “solidão” e à falta de apoio adequado mesmo para a realização de tarefas de rotina (Paúl, 1997). Podemos, pois, inverter esta situação, fazendo com que os nossos “velhos” se sintam felizes nas suas casas, criando condições não só físicas para que habitem na sua comunidade, mas também condições psicológicas, tendo alguém em quem depositam confiança para conversar sobre os seus medos, angustias receios e seus sentimentos mais íntimos, situação que pode bem fazer toda a diferença. Estamos a falar de um apoio domiciliário, não um apoio meramente físico, mas um apoio Bio-Psico-Social.  
 A institucionalização de idosos não tem, nem deve continuar a ser encarada como uma espera dolorosa pelo final da vida. Temos que promover a saúde dos idosos, encarando-a sempre como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas como ausência de doença” (OMS). Temos que dinamizar os lares ou levar os lares a casa das pessoas, acompanhá-las ao longo do seu percurso de vida, criar condições para que vivam plenamente o presente, sintam-se bem, felizes realizadas, ajudá-las a redescobrir o seu potencial fazendo-as sentirem-se vivas e com valor na comunidade à qual pertencem, com um profundo sentimento de bem-estar. Criando espaços onde as pessoas possam desenvolver várias actividades, como a leitura, ou ainda em Universidades da 3ª idade, onde possam aprender a ler ou a manusear o computador, ou ainda em actividades artísticas como a pintura, a expressão dramática, a música, com a participação das pessoas em grupos corais, onde se incentive o convívio social tão importante para estas pessoas como o alimento para o corpo. Temos o dever de promover condições equilibradas para que estas pessoas sintam que ainda têm um potencial na comunidade onde residem, criando oportunidades para que voltem a sonhar. Às vezes uma palavra amiga é suficiente para que estas pessoas não se sintam tão sós, às vezes basta “escutar”, escutar com o coração sentindo cada palavra que nos conta e devolvendo uma palavra amiga, um pequeno gesto de amizade, uma escuta atenta aos sinais do desanimo e da tristeza perante o envelhecimento, e devolvendo-lhes a vivacidade de outrora, fazendo-os acreditar que ainda estão vivas e que têm muito para ensinar ainda muito para aprender. E sobretudo permitindo-lhes o contacto humano para que não sintam a solidão que os seus dias acarretam e não os levem a cometer actos de suicídio por se sentirem sós e desanimados perante a vida e o envelhecimento. Enfim onde possam continuar numa Sã educação, tendo em vista uma saudável realização pessoal.
Pesquisando no mundo cibernético, reparo num Estudo da Fundação MacArthur (1984-1998) em que dá ênfase às três condições para se envelhecer “com qualidade”, são elas: manter um baixo risco de doença (estilo de vida saudável); manter um funcionamento físico e mental elevado, e ainda, manter um envolvimento e um compromisso activo com a vida. São ainda referenciados os Indicadores de “qualidade de vida” associados ao envelhecimento, que segundo Castellón, (1998-2003) são; autonomia, actividade, recursos económicos, saúde, habitação, intimidade, segurança, pertença a uma comunidade, e as relações pessoais. Nesse estudo, realizado em Espanha, Castellón verificou que 2/3 dos entrevistados valorizavam sobretudo a saúde e a autonomia. Mas noutro estudo realizado com 502 reformados, Fonseca, (1999-2004) destaca as seguintes categorias de “boa adaptação” à condição de reformado: Vida conjugal e familiar, uma ocupação gratificante do tempo livre, a (Re)definição de objectivos, o  envolvimento em actividades de cultura e lazer, e o  enriquecimento da rede social (amigos).
Segundo, uma abordagem ecológica o conceito de envelhecimento “com qualidade de vida”, visa o indivíduo no seu contexto sociocultural, integrando a sua vida actual e passada, ponderando uma dinâmica de forças entre as pressões ambientais e as suas capacidades adaptativas.
De acordo com alguns autores como Fonseca, Paúl et al., (2005) as diferenças entre o envelhecer no campo e o envelhecer na cidade no que diz respeito ao ambiente físico e social, à história de vida e ao estilo de vida dos indivíduos, parecem não influenciar o sentimento predominante de solidão que se verifica nas populações idosas das duas comunidades. Para além desse factor em comum, as atitudes face ao próprio envelhecimento são significativamente mais negativas nos idosos urbanos e o mesmo acontece com a ansiedade/agitação, que é mais acentuada nos residentes nas grandes cidades. Tomando como critério de envelhecimento “com qualidade” a autonomia, os idosos rurais apresentam uma condição superior: são mais activos, mais autónomos, as principais transições de vida têm sido suaves, sem provocar roturas assinaláveis.
            Mas conhecendo de perto as aldeias portuguesas, isoladas e desertificadas, qual de nós pensa envelhecer por lá, entregue à solidão esperando ansiosamente pelo término dos nossos dias ou noutras circunstancias não aguentando o isolamento que o próprio envelhecer acarreta acabando por conduzir à depressão e ao suicídio. 
Temos que olhar para estas pessoas como seres humanos capazes de produzir e de viver na sociedade, apesar de velhos ainda tem muito para aprender e ensinar, por serem mais velhos, tem uma experiencia de vida maior, a vida activa e profissional não acaba só por o simples facto de serem velhos. O facto de a pessoa ser velha, faz com que tenha um longo percurso de vida, o que fez com que acumulasse conhecimento e sabedoria, assim esse conhecimento pode ser transmitido às gerações mais novas como um saber de experiencia vivida. E as gerações mais novas devem olhar para os mais velhos não como um fardo, mas como um ancião que ainda tem muito para ensinar … E assim todos vivem em plena aprendizagem, ate à morte é saber viver e respeitar quem vive … 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mensagem Aos Meus Amigos do Facebook!


Estou desiludido com este pais, onde se critica pelo simples prazer de criticar, e onde se escuta na Comunicação Social (C.S.), nos Emails e nas Redes Sociais criticas a este e ao outro governo e quanto auferem de ordenado ao final do mês. Mas ninguém critica a própria C. S. e quanto ganham estes Senhores Barões! (Largos milhares de milhões de euros concerteza …)

Meus caros amigos, creio que a possível causa do Verdadeiro problema da nossa Democracia passa pela supremacia que a C. S. exerce na nossa sociedade. Facto este, que ninguém questiona e que a meu ver coloca em causa a génese da nossa democracia, se ela existe ou se algum dia existiu na verdadeira ascensão da palavra, ou melhor, se a C. S. permite que exista Liberdade e que nós tenha-mos o direito de exercer essa Liberdade Democrática de escolher os nossos dirigentes políticos sem estar-mos condicionados à partida pela própria C. S. e pelos Fazedores Públicos de Opinião (F.P.O) que são os nossos comentadores políticos da TV.

Quem é que os coloca no topo ou quem os arrasta para a lama? Já pensaram nisto? Só acredito numa verdadeira democracia quando a C. S. deixar de ser o Problema para passar a ser a Solução… Só acreditarei em democracia quando a C. S. e os comentadores políticos deixarem de ser Fazedores Públicos de Opinião (F.P.O.). E quando em vésperas de eleições a C. S. se abster e deixar de favorecer esta ou aquela força politica nos comentários televisivos a favor de A, B, ou C, e quando deixarem de existir nas nossas televisões comentadores que não são mais do que F.P.O., e ainda quando deixarem de fazer sondagens que fabricam a opinião do POVO, manipulando-o e levando-o a votar em quem eles querem que o POVO vote. Ai sim acreditarei em Democracia!

Só acreditarei em Democracia quando o amor pelos povos e entre os povos nas comunidades (Países) se sobrepor aos meros interesses de cada um…

Só acreditarei em plena democracia quando o Homem olhar para o outro Homem com amor, compaixão, humanidade e solidariedade e todos juntos trabalharem para um fim último a alcançar, o Bem-Estar de todos os Seres.

Assinado

Um Cidadão Português no Mundo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Psicoterapia de Apoio

Um dos objectivos primordiais do trabalho do psicólogo passa pela avaliação e intervenção na modificação de comportamentos que estejam a interferir no bem-estar da pessoa e/ou de quem a rodeia. Se uma pessoa está em sofrimento devido a uma problemática ou acontecimento de vida, a terapia poderá ajudar a pessoa a reencontrar o seu equilíbrio emocional e a desenvolver um processo de aprendizagem interna que lhe permita lidar mais facilmente com o seu mal-estar interno.
Para realizar o seu trabalho, o psicólogo baseia-se em alguns pontos fundamentais que possam garantir uma verdadeira relação de ajuda para com o seu cliente.



A Competência - que resulta de uma formação do psicólogo quer a nível teórico, quer a nível prático, que permite uma preparação e especialização com qualificações apropriadas para exercer as suas funções;

O Respeito pelo Outro - em que o psicólogo respeita cada pessoa na sua liberdade, dignidade, integridade física e psicológica, preservação da intimidade, autonomia e bem-estar. Existe uma consciência e aceitação das diferenças individuais, culturais e de opiniões ou atitudes;

A Privacidade e Confidencialidade - em que é dever do psicólogo garantir o sigilo profissional e a preservação da vida privada;

A Reponsabilidade Profissional e Social - porque o psicólogo pode influenciar a vida de uma pessoa que pode estar vulnerável e em sofrimento. Assim, este tem a função de escutar, compreender e ajudar de uma forma positiva todas as manifestações do cliente;

Os Princípios na Relação Terapêutica - o psicólogo presta ajuda psicológica, no sentido de intervir nas dificuldades que impeçam o desenvolvimento pessoal da pessoa no seu contexto de vida. A relação terapêutica pode ser conduzida com base em diferentes orientações ou modelos científico-profissionais.
Para além destes princípios básicos é fundamental que, se decidir procurar um psicólogo, se sinta bem, confortável e compreendido/a por este. Só assim poderá estabelecer uma relação de empatia e confiança, que é a chave para iniciar um processo de mudança e de desenvolvimento pessoal.