Aprende a escutar o Silêncio,
com atenção
escutando o que diz o teu coração...
Escuta o que não é dito por palavras,
O que sentes dentro de Ti
Só o teu coração te pode dizer
o que fazer...
Porque que achas que ele age assim,
Se calhar está a precisar de atenção,
de carinho, de afecto, de amor...
Dirige-lhe palavras de conforto
talvez necessite mais de receber o teu amor,
do que dar,
não esperes mais do outro do que aquilo que ele te pode dar por agora...
vai lhe dando agora o que ele necessita,
atenção, carinho, amor,
outro dia, quando ele já tiver o suficiente
dar-te-á a ti...
E assim,
vais o ensinando a amar...
Resposta a uma jovem, numa consulta...
Um bem hajam
"Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma..." Livro do Desassossego, Bernardo Soares
sábado, 24 de novembro de 2012
Tornou-se
quase “lugar comum” afirmarmos que é essencial uma articulação entre a escola, a
família e a comunidade de modo a minimizar ou erradicar o insucesso escolar e
estimular o gosto pelo saber. Mas ainda assim continua a ser imperioso
percebermos que é inevitável e urgente a participação de todos na educação, uma
vez que a participação dos pais na escola e no processo educativo faz parte de
um processo dinâmico e evolutivo, começa na família, passa pela comunidade e
desenvolve-se e interioriza-se na escola.
Os
pais devem estar sensibilizados para vir à escola, falar com os professores,
conhecer o projeto educativo que está aqui a ser desenvolvido, para desse modo
saber da necessidade de nele participar, ainda que dentro da disponibilidade de
cada um para se dedicar e se integrar nalgumas actividades. Simultaneamente
considera-se fundamental o acompanhamento dos seus filhos nos trabalhos de casa,
nomeadamente ensinando-lhes a gerirem o seu tempo.
Por
muitas lacunas (falta de tempo, ou até alguma falta de conhecimentos académicos)
que os pais tenham para ajudar os filhos a estudar, conseguem sempre organizar
no seu quotidiano, o momento para ir às compras, a hora de se preparar o jantar,
a ocasião de ir à missa ao domingo, a oportunidade para os passeios em família,
aliás, também o tempo para contar histórias ao deitar. Assim, não só podem
ajudar os filhos a gerirem melhor o seu próprio tempo, como também a dispor dele
para os trabalhos da escola em casa, ou mesmo a dedicar aquele momento ao
estudo, criando-se desta forma alguns hábitos de trabalho nas nossas crianças e
jovens. Por isso, é bom que os pais conheçam o horário escolar dos filhos, a que
horas entram, que disciplinas têm, a que horas saem. Nesse mesmo horário, que
pode estar fixo na porta do frigorífico, por exemplo, deve constar um espaço
para os estudos e trabalhos de casa. Assim, ele sabe que aquele período de tempo
é para trabalhar por forma a melhorar e adquirir mais conhecimentos, mais
saberes.
Feitos
os trabalhos, já pode ir brincar, estar com os amigos, jogar etc. Desta forma
está a ensinar-lhe a gerir o tempo, mostrando-lhe que há um tempo, para estudar,
para brincar, para conviver…
Para
além deste espaço de tempo, também é muito importante criar um outro espaço para
ouvir, falar, passear, fazer atividades com o seu filho. É também importante
fazer-se pelo menos uma refeição em família, esquecer por momentos a televisão e
arranjar-se tempo para conversar sobre o dia que passou e o próximo,
planeando-se atividades para os fins-de-semana com a família. O
ler ou contar histórias ao deitar das crianças desenvolve nas crianças uma
linguagem particular, a linguagem do afeto.
É a partir das cantigas de embalar à noite que a criança vai desenvolvendo o
gosto pela leitura e as ferramentas iniciais da sua formação pessoal. E, mais
tarde, será um adulto saudável, com o gosto por adquirir conhecimentos que o
enriqueçam, pois é nas narrativas ouvidas que a criança vai desenvolvendo o seu
mundo onírico, imaginativo, criativo.
As
histórias não só nos ensinam como também nos convidam a olhar para dentro de nós
próprios. Há técnicos que defendem a ideia de que as crianças que ouvem
histórias na infância se tornam adultos mais seguros e profissionais
bem-sucedidos. O gosto pela leitura começa bem antes do processo de
ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. O início deste caminho e a sedução
para o mundo das letras e dos números, dá-se ainda no berço, através das
histórias e cantigas de embalar e, claro, de todo o ambiente de afeto que se
propicia nesses instantes. Existem os contos tradicionais e educacionais que são
transmitidos oralmente de geração em geração, e que muito benéficos podem ser
ouvidos pelas crianças.
A
criança, o jovem, está em crescimento e é normal que tenha dúvidas que queira
relatar acontecimentos que viu ou participou, assim, questioná-lo sobre isto ou
aquilo, mostrar as dificuldades que tem, dizer brincadeiras e jogos que fez,
falar dos amigos e colegas com quem anda, das zangas e alegrias que partilham
irá favorecer a hábitos de partilha, de comunicação entre gerações, e aí nascerá
o afecto e a confiança, alcançando uma vida serena e
estável.
Etiquetas:
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