A problemática da violência na comunidade escolar tem vindo a aumentar tornando-se assim num fenómeno preocupante. O Bullying, como é designado este tipo de violência, é um termo proveniente do inglês, é referida como um acto de brutalidade, física e/ou psíquica e caracteriza relações interpessoais descritas como opressão, intimidação, medo e terror.
Existem diferentes formas de manifestação de Bullying, isto é, verbal, como o chamar nomes, ser sarcástico, lançar calúnias ou gozar com alguma característica particulares do outro, como por exemplo, chamar-lhe “gordo”, “caixa de óculos”…; físico, como puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física, emocional, isto é, excluir das relações sociais, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar, ser racista: toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas. Temos ainda, o cyberbullying, que consiste em utilizar tecnologias de informação e comunicação (internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar.
Quando nos perguntamos que factores poderão estar por detrás de determinados comportamentos de violência, poderemos pensar, em termos globais, em factores como: falta de valores éticos e morais, modelos sociais violentos, procura do prazer imediato, vazio de expectativas, falta de competências de relacionamento interpessoal, ou pela necessidade de reconhecimento no grupo de pares.
Esta forma de agressão, designada por “bullying”, muitas vezes, pode levar ao suicídio, surge na escola e tem uma grande intensidade entre crianças e jovens, de ambos os sexos, entre os onze e os dezasseis anos. Torna-se importante, penalizar estes jovens que exercem agressividade contra outros, dando-lhes castigos em que desenvolvam trabalho comunitário ou mesmo voluntariado em diferentes associações de carácter social e cívico, onde possam aprender a respeitar o seu semelhante, criando laços afectivos e empáticos. Torna-se ainda pertinente o apoio psicológico tanto aos agressores como às vítimas de “bullying”. Esta semana na visão de 11 de Março, foi referido que “os miúdos, passam a maior parte do tempo sozinhos nos intervalos”, aponta-se como umas das medidas para combater o problema de bullying na comunidade escolar, a “criação de espaços na escola para a promoção da convivência saudável entre todos”, mas para isso, faltam equipas multidisciplinares.
É importante a permanência dos jovens em grupos, como por exemplo grupos de escuteiros, entre outros, a fim de lhes serem dados alguns valores éticos e morais, onde possam partilhar com os outros experiências de vida, e emoções, onde lhes seja dada a oportunidade para criarem laços afectivos e empáticos com os seus pares. Torna-se ainda, fundamental o incentivo ao diálogo e à criação de espaços de tertúlia e reflexão sobre este flagelo da nossa sociedade. Uma questão invade-me a alma, perante este panorama, como é possível existirem tantos técnicos, psicólogos e sociólogos no desemprego? Porque não se constituem equipas multidisciplinares na comunidade escolar e até, na própria sociedade, para se trabalhar com estes jovens a questão da violência.